Tratamento da perturbação de hiperactividade / Défice de atenção

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A Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA/ADHD) causa grande preocupação aos próprios indivíduos que dela sofrem, às suas famílias, escolas e locais de trabalho.

É um diagnóstico que tem vindo a ser feito com crescente frequência, daí que há que fazer uma avaliação cuidada. Actualmente, considera-se um diagnóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção em adultos e crianças que demonstrem consistentemente certas características e comportamentos ao longo do tempo.

Os comportamentos mais comuns inserem-se em 3 categorias:

  • Défice de atenção
  • Hiperactividade
  • Impulsividade

Défice de atenção: é caracterizado pela grande dificuldade em focar deliberadamente a atenção numa tarefa, na fácil dispersão do foco para outras actividades e na rapidez com que uma pessoa se aborrece ou se cansa da actividade. Exemplos:

  • não presta atenção suficiente aos pormenores ou comete erros por descuido em tarefas escolares/no trabalho/outras actividades
  • parece não ouvir quando se lhe dirigem directamente
  • não segue as instruções e não termina os trabalhos/encargos/deveres (sem ser por comportamentos de oposição ou incompreensão das instruções)
  • evita ou fica relutante face a envolver-se em tarefas que requeiram esforço mental mantido
  • perde objectos
  • distrai-se facilmente com estímulos irrelevantes
  • esquece-se das actividades quotidianas

Hiperactividade: pessoas com esta característica, parece que nunca estão paradas. Exemplos:

  • movimenta excessivamente as mãos ou pés e move-se quando sentado
  • corre ou salta excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo (em adulto é mais frequente sentir-se impaciente)
  • tem dificuldade em dedicar-se tranquilamente a actividades de ócio (p.ex. jogar)
  • anda ou age como se estivesse “ligado a um motor”
  • fala em excesso

Impulsividade: pessoas impulsivas têm dificuldade em suavizar as suas reacções imediatas ou em pensar antes de agir. Exemplos:

  • precipitam as respostas antes que as perguntas tenham acabado
  • têm dificuldade em esperar pela sua vez
  • interrompem ou interferem nas actividades dos outros (p.ex. intrometer-se nas conversas ou nos jogos)

Para preencher os critérios de diagnóstico da Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção, os comportamentos acima descritos devem ocorrer em múltiplos contextos e representarem muito mais do que um desassossego ou perda de interesse.

Outro dado importante, e que tem sido alvo de estudo, é o critério de que estes comportamentos aparecem na primeira ou início da segunda infância (antes dos 7 anos de idade).

Em suma, tanto a desatenção como a hiperactividade e a impulsividade são aspectos comuns do funcionamento normal humano. O diagnóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção está reservado para aqueles cujo quadro de sintomas apresenta um nível de gravidade que compromete o seu bem-estar e a sua funcionalidade enquanto pessoa. Nesses casos, a atenção clínica é necessária.

Tratamento

Existe uma assinalável controvérsia sobre o tratamento desta perturbação. Medicação à base de estimulantes, prescritos sob rigorosa supervisão do médico, têm provado produzir ganhos significativos ao nível da capacidade de atenção e de regulação da actividade.

Quanto à psicoterapia, abordagens cognitivo-comportamentais têm-se mostrado promissoras como adjuvantes à medicação.

Texto original por Dra Diana Frasquilho, atualizado em Novembro 2022

Perguntas frequentes

Quais são os principais sintomas da Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA / ADHD)?

Os principais sintomas de PHDA/ADHD incluem:

  • dificuldade em focar a atenção
  • inquietação
  • impulsividade
  • desorganização
  • dificuldade em seguir instruções
  • dificuldades académicas ou profissionais.
Como é diagnosticada a PHDA / ADHD?

O diagnóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA/ADHD) é feito por um profissional de saúde mental (um Psicólogo, Neuropsicólogo ou Psiquiatra) com base em critérios específicos.

Geralmente envolve avaliação clínica, entrevistas e observação do comportamento.

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